quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Paulo Roberto Salvador Lopes de Souza

OS DISTINTOS TEMPERAMENTOS E O PAPEL DO LÍDER CRISTÃO

Resumo

A partir do presente estudo procurou-se demonstrar que o líder eficaz não se limita a recorrer às boas práticas em suas atividades, com base em seus conhecimentos técnicos e experiência, sendo de grande relevância que também faça uso dos princípios cristãos para obter melhores resultados de sua equipe. Para tanto foi analisada a teoria dos comportamentos, na concepção de Rudolf Steiner, que os classificou em 4 (quatro) tipos, a saber: o temperamento colérico, sangüíneo, fleumático e melancólico. Em seguida foram descritas as principais características mais comumente encontradas em cada um desses tipos, tanto no aspecto físico como nos que envolvem as respectivas personalidades. Apontaram-se, ao final de cada uma delas também, tanto os perigos mais altos como os mínimos que tendem a ocorrer no caso de o indivíduo se deixar apenas conduzir por tais características. Ao final foi abordada a visão e postura a ser adotada pelo líder cristão de modo a extrair os melhores frutos dos membros de sua equipe, tendo em vista as características que cada um tem em predominância no que diz respeito aos respectivos temperamentos. O estudo foi do tipo qualitativo, baseado em fontes bibliográficas, restringindo-se a livros.

Palavras-chave: Temperamentos. Desempenho. Líder cristão.

introdução
                                                                                         
Não e de hoje que os aspectos comportamentais humanos têm sido levados em conta no desenvolvimento e desempenho profissional. Devido à diferença dos temperamentos, as pessoas têm reações diferentes perante um mesmo desafio ou contingência profissional.
O que ocorre, no mais das vezes, é que os gestores não contam com uma orientação adequada sobre a existência cientifica dos temperamentos e as formas de aplicar suas tendências no ambiente de trabalho.
O que ocorre em geral é que um bom nível de conhecimento técnico bem como o engajamento no trabalho seriam, a princípio, os principais fatores que poderiam levar a carreiras promissoras de sucesso, sendo porem prejudicados por um comportamento inadequado no trabalho.
Fala-se, então, do chamado temperamento de cada um e sobre o que falta maior conhecimento por parte dos lideres.
O interesse pelo tema surgiu em razão da observação do autor quanto à dificuldade que muitos gestores demonstram em lidar com as diferenças nos comportamentos de cada membro de sua equipe.
Diante das pressões que sofrem em seu dia-a-dia, não raro se observam gerentes esquecendo-se de tratar os subordinados cada um com suas individualidades, o que e exatamente os que os fazem ser chamados de indivíduos, isto e seres únicos, complexos, mas que, nem por isso não sigam a determinados padrões de comportamento já conhecidos pelos estudiosos.
O estudo ficará restrito a uma pesquisa do tipo bibliográfica, baseada em livros e textos extraídos da internet.
O principal objetivo da pesquisa esta em descrever que habilidades cristãs que o líder deve possuir para extrair o máximo da competência de seus liderados.

1.    CONSIDERACOES GERAIS SOBRE O TEMPERAMENTO HUMANO

O estudo quanto às diferenças individuais sempre despertou o interesse tanto por parte de teóricos e pesquisadores como também de leigos.
O conhecimento da personalidade humana acabou fazendo surgir a chamada teoria dos temperamentos, a qual descreve 4 (quatro) tipos clássicos. Estes, conforme Lahaye (2004) devem ser vistos como sob uma predominância que segue uma graduação, observando-se aquele mais presente até o que se acha menos presente.

1.1 TIPOS DE TEMPERAMENTO

Parte-se da premissa de que os temperamentos podem ser classificados como de 4 (quatro) tipos distintos, que são: o colérico, onde se tem a prevalência da bílis amarela, o fleumático, no qual prevalece a fleuma, o sanguíneo, com a prevalência do sangue e o melancólico, com a prevalência da melancolia (Klibansky; Panofsky; e Saxl, 2004).
A importância da teoria em questão está na maneira como cada indivíduo age entre a razão e a emoção, para o que Steiner (1996, p. 10) tece o seguinte comentário:

Ao observar a vida humana, com olhar abrangente, devemos ficar especialmente atentos a este enigma individual do ser humano, porque toda a nossa vida social, o nosso comportamento de pessoa para pessoa deve depender mais de como, em cada caso isolado, somos capazes de aproximar-nos, não só com a razão, mas com o sentimento e a sensibilidade, desse enigma único que é cada homem com quem cruzamos muitas vezes todos os dias e com quem freqüentemente temos de lidar.


E em cada grupo com que o líder tem de se relacionar há indivíduos que reúnem as características que fazem com que este se enquadre em um dos 4 (quatro) tipos classificados, o que pode tanto facilitar o convívio como também permitir que se extraia daqueles um desempenho maximizado.
Além disso, devem-se considerar, também, as características e qualidades que cada um acaba herdando de seus pais, avós e outros antepassados as quais servem para mostrar apenas um lado da natureza humana, a qual é composta do corpo físico, do corpo etérico, corpo astral e eu – uma vez que todos se expressam, igualmente, no corpo físico.

Vemos, portanto, no homem com que nos defrontamos no mundo, a confluência de duas correntes. Por um lado, vemos nele o que ele recebe de sua família; por outro lado, o que é desenvolvido a partir da essência mais íntima do ser humano – uma quantidade de predisposições, qualidades, aptidões interiores e destino exterior. É preciso conseguir um equilíbrio (STEINER, 1996, p. 21).

É importante que se destaque que na concepção de Steiner (1996) quando o eu da pessoa predomina sobre os demais fatores que compõem a natureza humana ele dá lugar ao temperamento colérico; quando o predomínio é do corpo astral o temperamento é visto como o sangüíneo; é o temperamento do tipo fleumático quando o corpo etérico ou vital atua de modo excessivo sobre os demais; e, finalmente, quando o corpo físico predomina, surge então o temperamento melancólico.

1.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE TEMPERAMENTO

            As definições ora apresentadas a seguir são todas baseadas em Steiner (1996).

1.2.1 Temperamento colérico


Nos indivíduos de temperamento colérico seus olhos costumam ser muito escuros e brilhantes, possuindo uma maneira firme e segura de olhar. Seu andar é firme, apresentando, como maior perigo, sua obsessão em perseguir um único objetivo independentemente de qual seja.
O maior perigo consiste na obsessão em perseguir um único objetivo e o menor está em adotar condutas irascíveis.

1.2.2 Temperamento sangüíneo

Os indivíduos desse tipo têm dificuldade para se ater a uma impressão ou objeto e a se fixar em uma imagem. É volúvel, uma vez que passa de uma impressão ou idéia a outra com facilidade. Por características físicas possuem expressividade, com a predominância de olhos azuis, com um porte normalmente esbelto, mostrando-se como uma figura esguia, com leveza no andar.
O maior perigo é ser levado à alienação mental, diante das oscilações de suas sensações, com intensos altos e baixos, sendo o perito menor reforçar sua inconstância.

1.2.3 Temperamento fleumático

A pessoa de temperamento fleumático sente-se tentada a desejar permanecer comodamente em seu interior, condição para seu bem estar. Daí, tende a não se relacionar com as coisas, parecendo não querer pisar no chão.
Costuma possuir um andar desleixado e arrastado. Possui uma fisionomia imóvel, demonstrando indiferença e seu olhar costuma ser apagado.
O maior perigo que se tem neste tipo é chegar à debilidade mental e à idiotia e o menor está em suportar uma total falta de interesse pelo mundo exterior.

1.2.4 Temperamento melancólico

O melancólico enfrentar dificuldade para dominar seu corpo e sua cabeça comumente pende para a frente. É, como se o corpo lhe pesasse, o que se observa principalmente em seu olhar e andar. Costuma ter olhos voltados para baixo, com um olhar é turvo. Ao caminhar é como se estivesse se arrastando.
O maior perigo neste temperamento é conduzir seu portador à loucura. Já o menor é experimentar uma depressão irreversível.



2. OS TEMPERAMENTOS PARA UM LÍDER CRISTÃO

Como observa Lahaye (2004), independentemente do temperamento inato do individuo, qualquer homem, que esteja pleno do Espírito Santo, é capaz de dominar as fraquezas que costumam ocorrer no temperamento que tem como predominante em sua personalidade.
Assim, da mesma forma que é importante que o líder consiga identificar em sua equipe quais os tipos de temperamento que predominam em cada um de seus membros, ele também enfrenta as restrições relativas aos seus próprios.
Diante disso, é imprescindível que, no comando de seus subordinados, se coloque sempre atento quanto às possibilidades de mudanças que podem ocorrer sobre esses, na medida em que adote e inspire uma conduta que observe os preceitos cristãos.
É imperioso agir com a sabedoria que não deve ser confundida com inteligência.
Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta última diz respeito à habilidade para solucionar problemas de maneira correta utilizando-se a razão e a experiência a primeira está diretamente ligada à inteligência divina, sendo a que vem do alto (Tg 3.17).
Ela coloca o indivíduo sempre disposto tanto a ceder como a negociar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Considerando os tipos de temperamentos com que um líder se defronta em sua vida profissional é importante, não apenas que conheça as principais características de cada um, como também que não tenha como questão fechada a possibilidade de provocar mudanças no comportamento de seus liderados, aceitando que o mesmo pode ser aplicado a si mesmo quando adota uma postura cristã.
            Para tanto é necessário apenas que recorra à chamada sabedoria celestial, a qual se mostra plena de misericórdia, em que há um efetivo interesse pelo bem estar do próximo. Diante disso, tudo se fará para que os reflexos negativos de determinado tipo de temperamento não cheguem a atingir a pessoa, como uma atitude obsessiva, para o colérico, a alienação mental para o sangüíneo, entre outras, buscando ainda evitar os riscos menores.
            A partir daí, todos saem lucrando e como as organizações são constituídas por pessoas, os resultados serão certamente percebidos por essas como bons frutos.


REFERÊNCIAS

KLIBANSKY, Raymond, PANOFSKY, Erwin, SAXL, Fritz. Saturno e la melanconia. Madri: Alianza, 2004.
LAHAYE, Tim. Temperamento controlado pelo Espírito. Trad. Hélcio Veiga Costa. 25. São Paulo: Loyola, 2004.

STEINER, Rudolf. O mistério dos temperamentos. Trad. Andrea Hahn. 2. ed. São Paulo, Antroposófica, 1996.

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