sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Paulo Roberto Salvador Lopes de Souza

A GESTÃO CRISTÃ DE PESSOAS: O LÍDER VISIONÁRIO

Resumo

A liderança do tipo visionária muito se assemelha àquela empreendida por Jesus com seus apóstolos. A certeza quanto aos resultados a que pretendia alcançar foi um fator que acabou contagiando àqueles que o seguiram e que se multiplicam nos tempos atuais. Questões como esta se intensificam quando a empresa conta com um líder cristão. Este, além de ter como exemplo nada menos do que o Cristo, está ciente de que também precisa se fazer de exemplo. Sabe que sua conduta, tanto dentro da empresa, como também nos demais ambientes que freqüenta, como o do lar e os demais sociais, deve permanecer uniforme com as propostas que possui na vida e que aplica na empresa visando o sucesso em ambas. Um líder visionário tem uma fé que se baseia em realidades que projeta e, assim, cria os caminhos necessários para que a elas se chegue. Com tal postura serve como modelo para seus liderados, permitindo que se criem nos grupos novos líderes. A pesquisa realizada foi do tipo descritiva e bibliográfica.

Palavras-chave: Gestão cristã. Pessoas. Líder visionário.

introdução
                                                                                         
Afirmar que as pessoas são diferentes umas das outras embora possa significar uma constatação óbvia, ela adquire a maior importância quando se trata de gerenciá-las, não apenas no que diz respeito às atividades profissionais que desempenham, mas também em sua atuação como um ser humano que pode fazer a diferença nos tempos atuais.
Neste contexto está o gestor cristão, o qual deve mostrar, com seu exemplo, como lidar com os membros de sua equipe, de modo a valorizar e daí explorar, o que cada um possui de melhor, buscando manter sempre vivos conceitos morais e éticos, como indicados em qualquer ambiente em que se viva, seja ele profissional, social e também o familiar.
Com base em tal concepção busca-se no presente estudo apurar de que maneira uma liderança do tipo visionária se identifica com uma gestão cristã na condução de sua equipe.
A pesquisa é do tipo descritiva e bibliográfica.


1.        LIDERANDO COMO CRISTO

Desde crianças as pessoas tendem a imitar o comportamento daqueles com quem convivem. Diante disso, tomam tais indivíduos principalmente os adultos, como verdadeiros modelos a seguir.
Este, enfim, é o padrão a que o gestor cristão precisa se conscientizar que possui. Ele serve como exemplo para os que estão sob seu comando. “Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a impecável coroa da glória” (Pedro 5:3,4).
A partir daí tem-se que os subordinados na organização vão desenvolvendo suas habilidades, inclusive vencendo o medo de expor suas habilidades completamente, tal como vivenciaram a experiência de dar seus primeiros passos, pronunciar suas primeiras palavras, entre outras capacidades.

É aos líderes que atualmente atribui-se a capacidade de compreender a complexidade de um ambiente mais amplo em contínua transformação. Deles esperam-se recursos pessoais e sensibilidade para que o potencial de motivação das pessoas não seja bloqueado na busca da própria excelência. Essa competência, quando utilizada com eficácia, dará ao líder a credibilidade indispensável para impor-se, sem necessidade do uso de controle ou da autoridade formal (BERGAMINI, 2002, p. 20).


Diante disso, pode-se observar a presença do conceito de autoridade quando se aborda a liderança. Essa autoridade deve ser entendida como a probabilidade de o sujeito ter uma ordem sua obedecida por outros.
Tal conceito pode ser extraído quando Paulo obteve autoridade para liderar a Igreja Primitiva, quando se tem que: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (Coríntios 11:1).
Dentro de uma empresa, a autoridade está ligada a uma determinada situação, que se presume estar alguém em uma posição de comando. A liderança daí advinda pode recorrer ao uso de sistemas de recompensas e punições, com o fim de influenciar as pessoas para que desempenhem as atividades que lhes compete, o que se traduz em suas obrigações dentro da companhia, sendo imprescindível que esse seja justo. Em tal caso trata-se de uma autoridade formal que se organiza dentro de uma cadeia de comando, a que se denomina como hierarquia, sendo ela que vai definir a importância das posições ocupadas dentro de uma organização. (BOWDITCH; BUONO, 2004).

2.    ADOTANDO UMA LIDERANÇA VISIONÁRIA

Dentre os estilos de liderança apresentados na literatura pode-se dizer que a visionária mais se aproxima de uma gestão cristã. Ela supera a liderança do carisma, no entendimento de Robbins (2000, p. 400), para quem: “[...] a liderança visionária é a habilidade para criar e articular uma visão do futuro, realista, digna de crédito e atraente, que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa”.
Este tipo de líder conta com um senso claro quanto ao futuro, sabendo traçar as ações necessárias para chegar onde deseja, o que faz com que seja considerado, então, como aquele que tem uma visão.
É importante que se observe que uma visão não é um sonho. Trata-se de uma realidade que está por acontecer.
Para o líder cristão não resta qualquer dúvida quanto à existência de Deus e à salvação através de Jesus. Ao contrário, em todas as suas colocações e posturas existe sempre a certeza de tais ocorrências. Para tanto não precisa invocar o nome Santo em momento algum. As mensagens estão em suas atitudes para com os componentes de sua equipe, inclusive para com aqueles que têm opiniões divergentes.
Importante que se considere que a visão não é também uma declaração de metas, onde se transmite o propósito, mas não a direção; ela é uma declaração de missão, pois propicia não apenas os meios, mas também os fins e estes se traduzem em atitudes para com o próximo. É uma realidade a qual, uma vez projetada, assegura a direção a ser adotada, contendo valores que devem ser empreendidos para alcançar o resultado desejado.
Uma visão, portanto, é um alvo e seu papel torna-se central para o sucesso da liderança à medida que captura a imaginação daqueles que entram em contato com ela, como afirmam Cavalcanti et al (2006). Concluem os autores, que quando a organização consegue selecionar e articular a visão certa, já estará a caminho da realização de seus objetivos, pois existem algumas forças poderosas que desencadeiam esse processo.
E é contando com o dinamismo que há no comportamento do líder visionário - que também se caracteriza como pró-ativo no exercício da função – que a empresa se coloca em condições melhores para enxergar oportunidades onde ninguém as vê, e, a partir daí, obter mais que o resultado previsto, podendo, por esta forma, estabelecer seu diferencial no mercado.
Além disso, o líder visionário pode provocar as alterações que julgue necessárias, em tempo hábil, de modo a transformar a realidade encontrada, criando e inovando com freqüência, na medida em que vai colocando em prática suas idéias.
Robbins (2000) afirma a necessidade de a liderança visionária contar com apoio de planos detalhados. Isto significa dizer que uma organização excepcional deve dispor de uma visão, além de um elevado nível de atenção às operações do dia-a-dia, o que, em síntese, é a recomendação de visão e boa administração caminharem lado a lado.
Um líder visionário é um indivíduo que consegue contagiar os demais com sua visão, transformando-a em um desafio pessoal, o qual passa a se tornar também o de sua equipe. Está ciente de que quanto mais cativante for sua visão, mais poderosa ela será.
Ele se mostra repleto de sonho e de fé; acredita completamente no resultado favorável para o qual suas idéias contribuíram. Enxerga à frente dos demais profissionais, o que lhe possibilita modificar um quadro de dificuldades, obstáculos e ameaças em efetivas oportunidades.
Segundo Albrecht (apud BOWDITCH; BUONO, 2004), a visão “é uma imagem compartilhada do que queremos que a empresa seja ou se torne [...] ela [...] nos dá um ponto que objetiva uma futura orientação”.
Diante disso, uma vez que é sabedor de que, apenas através da soma do esforço de seus liderados pode alcançar um bom resultado, ele deixar clara para todos a visão que possui, fazendo o mesmo com sua proposta de trabalho, agindo sempre de maneira bastante otimista.
Consegue facilmente envolver a todos que estão a seu redor, estabelecendo um forte espírito de equipe, aonde todos, ou então a maioria, vai aprendendo a admirá-lo por sua sabedoria, tal como ocorreu com Cristo
Com tal capacidade revela-se seu poder de converter tanto os clientes internos como os externos, transformando-os em seus seguidores e divulgadores de suas ações; faz com que todos os envolvidos abracem e a defendam determinada causa.
Uma visão positiva do futuro produz uma energia no mesmo nível, abrindo caminho para a vitória. Isto não se aplica apenas aos indivíduos, mas também às empresas já que elas são compostas por pessoas. Estas acabam se sentindo estimuladas a crescer de acordo com a visão que seus líderes lhes transmitem.
Um aspecto que não se pode esquecer é que todas as grandes conquistas da humanidade tiveram início a partir de uma visão.
Explica Nanus (2000, p. 8) que uma visão constitui um futuro realista mas que seja ele digno de crédito, além de atraente para a empresa. “A visão sempre lida com o futuro, é onde começa o amanhã, pois ela expressa o que o líder e as outras pessoas que compartilham a visão estarão se esforçando para criar”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado os líderes visionários são responsáveis por moldar idéias ao invés de se oporem a elas. Diante disso, não ficam insistindo para que suas idéias seja acolhidas e implementadas, já que não necessitam de tal medida.
Sua capacidade de convencer pessoas a seguir as metas que traçam decorre do fato de que eles criam imagens e suscitam expectativas, definindo desejos específicos e objetivos a serem alcançados.
Líderes visionários costumar se esforçar para aprimorar escolhas e novas abordagens para antigos problemas, provocando o abandono de idéias obsoletas.
O entusiasmo com que se colocam costuma contagiar os que estão a seu redor, que ficam, por esta forma, com muita vontade de fazer acontecer.
São, enfim, profissionais que se mostram altamente comprometidos, dotados de uma visão intensa estratégica. Tais características, sem dúvida, representam uma vantagem competitiva, contribuindo para que tantos os colaboradores como toda a organização consiga fazer a diferença no meio corporativo por um período mais longo de tempo.

REFERÊNCIAS

BERGAMINI, Cecília Whitaker. O líder eficaz. São Paulo: Atlas, 2002.

BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 2004.

BOYETT, Joseph H; BOYETT, Jimmie. O guia dos gurus: os melhores conceitos e práticas de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CAVALCANTI, Vera L. et al. Liderança e motivação. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

NANUS, Burt. Liderança visionária. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ROBBINS, Stephen. P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.



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