A COMUNICAÇÃO COMO VALIOSO RECURSO PARA O LÍDER PARA DESPERTAR A MOTIVAÇÃO EM SEUS LIDERADOS
Resumo
O propósito desta pesquisa foi no sentido de descrever de que forma a comunicação pode contribuir para que o líder desperte motivação em sua equipe. Para alcançá-lo foram estudados conceitos de liderança, com o papel do líder para a equipe sob seu comando, bem como definições sobre motivação e a importância do recurso comunicação para o êxito na liderança. Recorreu-se à pesquisa do tipo bibliográfica, utilizando-se livros que enfrentam questões sobre liderança eficaz, o que se encontrou em Bergamini, além de Hunter, em sua consagrada obra “O monge e o executivo”, bem como Bordenave que traz os principais fundamentos do que seja comunicação. O fundamento do estudo, em sede de Administração, tomou por base Botelho e Robbins.
Palavras-chave: Líder. Comunicação. Motivação.
introdução
Assumir o comando de qualquer equipe não se mostra uma tarefa das mais fáceis de desempenhar, uma vez que o material com que se lida são indivíduos, cada um com suas mais diversas características pessoais.
Entre os animais prevalece a lei do mais forte, o que aconteceu nos primórdios da humanidade, quando os homens passaram a viver em grupos, buscando aumentar suas chances de sobrevivência, ficando com melhor defesa contra ataques dos predadores.
Nas sociedades atuais este tipo de postura há muito não é aceita. Convencer pessoas a realizar determinadas tarefas em prol de objetivos e metas depende muito mais de habilidades do que do poder de quem está investindo em um cargo de comando nas empresas.
O que se observa, porém, é que nem sempre o chefe é um líder, o que torna as atividades daquele consideravelmente mais árduas.
Explicando alguns aspectos que diferenciam tais atores Botelho (1997) explica que, para o líder, a diferença entre as ações dos gerentes e as daqueles que se acham sob seu comando existem simplesmente em razão das competências diversas de cada um. Um líder tem consciência do valor da comunicação, compreendendo-a como oportunidade para troca, pesquisa e debate produtivo. Para o chefe, porém, basta comunicar o estritamente necessário para manter as atividades. Este último resolve os conflitos invocando o poder que dispõe por força da hierarquia; já para o líder, as dificuldades devem ser debatidas, analisadas, devendo ser aproveitadas como uma oportunidade para o crescimento.
O presente estudo tem por objetivo principal descrever de que forma a comunicação pode contribuir para que o líder desperte motivação em sua equipe.
A pesquisa é do tipo bibliográfica, recorrendo-se ao método dedutivo.
1. ALGUNS ASPECTOS SOBRE A LIDERANÇA
De acordo com Bergamini (2002) o tema da liderança tornou-se pauta principal dos estudos que envolvem o comportamento dos indivíduos dentro das organizações. O que se comenta, porém, é uma escassez desses agentes mobilizadores, o que tem aumentado a complexidade dos problemas humanos nas empresas.
Como destaca a mencionada autora, longe de contar com dons extraordinários, o líder se identifica como o indivíduo que tem a capacidade de desenvolver relacionamentos a partir dos quais consegue despertar nas pessoas o estímulo para que trabalhem de maneira cooperativa, com o fim de cumprir missões específicas, independentemente da natureza que essas tenham.
Informa Botelho (1997) que há vários anos o comportamento do gerente vem sendo comparado ao do líder. Os estudos a respeito se baseiam nas visões da realidade que cada um desses personagens possui, bem como da forma como encaram as organizações dentro da sociedade. As pesquisas já realizadas chegaram a apurar quais os diferentes posicionamentos dos gerentes e dos líderes. Enquanto o gerente toma como base de conduta as regras, normas e procedimentos da empresa, o líder encontra apoio tanto em suas capacitações, como ainda nas habilidades que dispõe e também nas pessoas que trabalham sob seu comando.
A rotina diária, para o gerente, é vista, por ele, como uma batalha constante a ser vencida; enquanto que, para o líder, ela consiste, apenas, no reinício de novas oportunidades. O gerente entende as crises como problemas que se mostram desgastantes e aborrecidos. Já para o líder, trata-se de situações inevitáveis que demandam competência e discernimento para serem enfrentadas de forma adequada.
Continua Botelho (1997) descrevendo que, para o líder, a diferença entre as ações dos gerentes e as daqueles que se acham sob seu comando existem, simplesmente, em razão das competências diversas de cada um. Um líder tem consciência do valor da comunicação, compreendendo-a como oportunidade para troca, pesquisa e debate produtivo; já o gerente limita-se a comunicar o estritamente necessário para manter as atividades. Este último resolve os conflitos invocando o poder que dispõe por força da hierarquia; já para o líder, as dificuldades devem ser debatidas, analisadas, devendo ser aproveitadas como uma oportunidade para o crescimento.
Para o gerente é preciso ter o controle total sobre tudo que está acontecendo na área sob sua responsabilidade, enquanto que o líder limita-se a controlar apenas o que considera importante e que pode trazer conseqüências. Não se espere de um gerente a iniciativa quanto a estimular a criatividade, já que entende ele ser melhor repetir do que inovar porque, desta forma, os resultados serão mais previsíveis. Um líder, ao contrário, costuma oferecer estímulo a seus subordinados por acreditar que a criatividade permite a inovação, o que faz parte da administração (BOTELHO, 1997).
Não obstante o valor que tem o gerenciamento nas empresas, Botelho (1997) considera que, dentro da visão atual, existe mais necessidade de liderança do que de gerenciamento.
Uma opção para se apontar caminhos para aqueles que se encontram na função gerencial seria adotar o modelo de liderança, a que James C. Hunter (2004) denomina de liderança servidora.
Em sua obra “O monge e o executivo - uma história sobre a essência da liderança”, o mencionado autor define a liderança como a “[...] habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum” (HUNTER, 2004, p. 25).
É preciso que se tenha em conta que o bem comum no caso pode ser compreendido como ações que visem atender tanto aos interesses do funcionário com os da empresa, ainda que este tipo de conciliação seja difícil de se obter na prática.
2. a comunicação PARA O LÍDER levando à motivação DA EQUIPE
Como descreve Bordenave (1994, p. 16) a comunicação está presente nas mais diversas situações do dia-a-dia das pessoas, ainda que estas não cheguem a se dar conta a respeito. Isto se verifica até mesmo quando os indivíduos silenciam para assistir a uma novela ou apresentação de seu interesse, que o autor aborda como quando as pessoas se “incomunicam”, salientando que ”Sociedade e comunicação são uma coisa só”.
Para o citado autor torna-se quase praticamente impossível se determinar com precisão o termo inicial e o final do processo de comunicação, ainda que algumas de suas fases sejam constantes no processo, podendo ocorrer em qualquer ordem, ou mesmo simultaneamente.
O processo responsável por determinar a intensidade, a direção e a persistência dos esforços que uma pessoa empreende para atingir determinada meta guarda uma relação direta com a motivação. São estes elementos da maior importância, uma vez que dimensionam a quantidade do esforço despendido pelo indivíduo, o qual, isoladamente pode não conseguir atingir resultados favoráveis, a menos que receba uma orientação e acompanhamento diretos em uma direção que vá beneficiar a organização. A persistência representa um fator que serve para medir quanto tempo uma pessoa consegue preservar seu esforço, até que consiga atingir seus objetivos (ROBBINS, 2007).
Por motivação deve-se entender a disposição direcionada para fazer alguma coisa. Está condicionada pela capacidade de tal ação vir a satisfazer uma necessidade do indivíduo.
Robbins (2007) afirma que uma boa comunicação mostra-se como um elemento essencial para levar à eficácia de qualquer organização ou grupo. Entende o autor que uma das condições mais fortes que podem servir de obstáculo ao para bom desempenho de uma equipe é justamente a falta de uma comunicação eficaz. Deve-se considerar a comunicação como algo que supera a simples transmissão de um significado. É imprescindível que ela seja devidamente compreendida.
Diante disso, a comunicação por parte do líder deve incluir tanto a transferência como também a compreensão do significado. É preciso que ela ocorra de forma tal que a figura mental a ser percebida pelo receptor mostre-se de forma idêntica à do emissor. A partir tem-se uma verdadeira sintonia entre o que se deseja que o outro faça, o que levará não somente à satisfação por parte dos envolvidos no processo, como também à motivação para o liderado continuar a realizar suas tarefas para atender ao que dele se espera.
Robbins (2007) reconhece que há uma relação direta entre a comunicação e a satisfação do trabalhador; isto decorre do fato de que se reduzindo a incerteza, aumenta-se a satisfação. Assim, quanto menor for a distorção na comunicação, pode-se dizer que as metas, o feedback além de outras mensagens do líder aos liderados serão todos recebidos de uma forma que se estará o mais próxima possível do que se pretendeu transmitir.
Outro aspecto a ser considerado pelo líder é que fatores como um canal adequado, uma escuta eficaz e o recurso ao feedback podem ajudar bastante em prol de uma comunicação eficaz,
Consideradas as diferenças entre os indivíduos sob liderança estes apresentaram graus de esforço distintos para exercer sua percepção quanto às relações entre esse seu esforço e desempenho; entre seu desempenho e a recompensa a ser obtida e entre a recompensa e o cumprimento de objetivos. No caso de as recompensas por sua vez não restarem claras o bastante ou se os critérios que irão mensurar seu desempenho forem ambíguos, a tendência é o indivíduo reduzir seus esforços. O mesmo se dá quando estes também não estão devidamente convencidos de que seus esforços o conduzirão a um desempenho satisfatório. Diante dessas observações tem-se que a comunicação desempenha um papel significativo para estabelecer o nível de motivação dos funcionários (ROBBINS, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do estudo do referencial teórico pode-se extrair que o líder deve utilizar a comunicação como um recurso eficiente para motivar seus liderados. A conseqüência disto virá através de melhores resultados para a organização.
O líder eficaz demonstra não apenas confiança e competência, como principalmente, mostra-se aberto ao diálogo e principalmente fazendo bom uso da comunicação.
Pode-se afirmar, sem receio de erro, que tal fator é um dos elementos imprescindíveis para uma liderança eficaz.
É da essência da arte de liderar contar com instrumentos que levem a uma boa comunicação. Sem que se consiga transmitir de forma efetivamente compreensível e clara os significados e os propósitos que se tem em mente não há como obter êxito quando se trata de influenciar pessoas.
Todo líder considerado como bom precisa se sair, igualmente, como um bom comunicador de significados.
A motivação surge a partir do momento em que esse ator na organização consegue criar situações que estimulem o interesse pessoal de seus liderados.
Além disso, é mediante a comunicação que se constroem planos e também se desenham projetos e também se traçam objetivos. Isto faz com que o líder consiga fazer com que sua equipe sinta-se também responsável pelos resultados da organização e, assim, motivados para realizar seu trabalho com o máximo de esforço em busca do bem comum.
REFERÊNCIAS
BERGAMINI, Cecília Whitaker. O líder eficaz. São Paulo: Atlas, 2002.
BORDENAVE, Juan E. Diaz. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BOTELHO, Eduardo F. Administração inteligente: a revolução administrativa. São Paulo: Atlas, 1997.
HUNTER, James C. O monge e o executivo – uma história sobre a essência da liderança.
Trad. Maria da Conceição Fornos de Magalhães. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
ROBBINS, Stephen. Comportamento organizacional, São Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2007.