quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Paulo Roberto Salvador Lopes de Souza

OS DISTINTOS TEMPERAMENTOS E O PAPEL DO LÍDER CRISTÃO

Resumo

A partir do presente estudo procurou-se demonstrar que o líder eficaz não se limita a recorrer às boas práticas em suas atividades, com base em seus conhecimentos técnicos e experiência, sendo de grande relevância que também faça uso dos princípios cristãos para obter melhores resultados de sua equipe. Para tanto foi analisada a teoria dos comportamentos, na concepção de Rudolf Steiner, que os classificou em 4 (quatro) tipos, a saber: o temperamento colérico, sangüíneo, fleumático e melancólico. Em seguida foram descritas as principais características mais comumente encontradas em cada um desses tipos, tanto no aspecto físico como nos que envolvem as respectivas personalidades. Apontaram-se, ao final de cada uma delas também, tanto os perigos mais altos como os mínimos que tendem a ocorrer no caso de o indivíduo se deixar apenas conduzir por tais características. Ao final foi abordada a visão e postura a ser adotada pelo líder cristão de modo a extrair os melhores frutos dos membros de sua equipe, tendo em vista as características que cada um tem em predominância no que diz respeito aos respectivos temperamentos. O estudo foi do tipo qualitativo, baseado em fontes bibliográficas, restringindo-se a livros.

Palavras-chave: Temperamentos. Desempenho. Líder cristão.

introdução
                                                                                         
Não e de hoje que os aspectos comportamentais humanos têm sido levados em conta no desenvolvimento e desempenho profissional. Devido à diferença dos temperamentos, as pessoas têm reações diferentes perante um mesmo desafio ou contingência profissional.
O que ocorre, no mais das vezes, é que os gestores não contam com uma orientação adequada sobre a existência cientifica dos temperamentos e as formas de aplicar suas tendências no ambiente de trabalho.
O que ocorre em geral é que um bom nível de conhecimento técnico bem como o engajamento no trabalho seriam, a princípio, os principais fatores que poderiam levar a carreiras promissoras de sucesso, sendo porem prejudicados por um comportamento inadequado no trabalho.
Fala-se, então, do chamado temperamento de cada um e sobre o que falta maior conhecimento por parte dos lideres.
O interesse pelo tema surgiu em razão da observação do autor quanto à dificuldade que muitos gestores demonstram em lidar com as diferenças nos comportamentos de cada membro de sua equipe.
Diante das pressões que sofrem em seu dia-a-dia, não raro se observam gerentes esquecendo-se de tratar os subordinados cada um com suas individualidades, o que e exatamente os que os fazem ser chamados de indivíduos, isto e seres únicos, complexos, mas que, nem por isso não sigam a determinados padrões de comportamento já conhecidos pelos estudiosos.
O estudo ficará restrito a uma pesquisa do tipo bibliográfica, baseada em livros e textos extraídos da internet.
O principal objetivo da pesquisa esta em descrever que habilidades cristãs que o líder deve possuir para extrair o máximo da competência de seus liderados.

1.    CONSIDERACOES GERAIS SOBRE O TEMPERAMENTO HUMANO

O estudo quanto às diferenças individuais sempre despertou o interesse tanto por parte de teóricos e pesquisadores como também de leigos.
O conhecimento da personalidade humana acabou fazendo surgir a chamada teoria dos temperamentos, a qual descreve 4 (quatro) tipos clássicos. Estes, conforme Lahaye (2004) devem ser vistos como sob uma predominância que segue uma graduação, observando-se aquele mais presente até o que se acha menos presente.

1.1 TIPOS DE TEMPERAMENTO

Parte-se da premissa de que os temperamentos podem ser classificados como de 4 (quatro) tipos distintos, que são: o colérico, onde se tem a prevalência da bílis amarela, o fleumático, no qual prevalece a fleuma, o sanguíneo, com a prevalência do sangue e o melancólico, com a prevalência da melancolia (Klibansky; Panofsky; e Saxl, 2004).
A importância da teoria em questão está na maneira como cada indivíduo age entre a razão e a emoção, para o que Steiner (1996, p. 10) tece o seguinte comentário:

Ao observar a vida humana, com olhar abrangente, devemos ficar especialmente atentos a este enigma individual do ser humano, porque toda a nossa vida social, o nosso comportamento de pessoa para pessoa deve depender mais de como, em cada caso isolado, somos capazes de aproximar-nos, não só com a razão, mas com o sentimento e a sensibilidade, desse enigma único que é cada homem com quem cruzamos muitas vezes todos os dias e com quem freqüentemente temos de lidar.


E em cada grupo com que o líder tem de se relacionar há indivíduos que reúnem as características que fazem com que este se enquadre em um dos 4 (quatro) tipos classificados, o que pode tanto facilitar o convívio como também permitir que se extraia daqueles um desempenho maximizado.
Além disso, devem-se considerar, também, as características e qualidades que cada um acaba herdando de seus pais, avós e outros antepassados as quais servem para mostrar apenas um lado da natureza humana, a qual é composta do corpo físico, do corpo etérico, corpo astral e eu – uma vez que todos se expressam, igualmente, no corpo físico.

Vemos, portanto, no homem com que nos defrontamos no mundo, a confluência de duas correntes. Por um lado, vemos nele o que ele recebe de sua família; por outro lado, o que é desenvolvido a partir da essência mais íntima do ser humano – uma quantidade de predisposições, qualidades, aptidões interiores e destino exterior. É preciso conseguir um equilíbrio (STEINER, 1996, p. 21).

É importante que se destaque que na concepção de Steiner (1996) quando o eu da pessoa predomina sobre os demais fatores que compõem a natureza humana ele dá lugar ao temperamento colérico; quando o predomínio é do corpo astral o temperamento é visto como o sangüíneo; é o temperamento do tipo fleumático quando o corpo etérico ou vital atua de modo excessivo sobre os demais; e, finalmente, quando o corpo físico predomina, surge então o temperamento melancólico.

1.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE CADA TIPO DE TEMPERAMENTO

            As definições ora apresentadas a seguir são todas baseadas em Steiner (1996).

1.2.1 Temperamento colérico


Nos indivíduos de temperamento colérico seus olhos costumam ser muito escuros e brilhantes, possuindo uma maneira firme e segura de olhar. Seu andar é firme, apresentando, como maior perigo, sua obsessão em perseguir um único objetivo independentemente de qual seja.
O maior perigo consiste na obsessão em perseguir um único objetivo e o menor está em adotar condutas irascíveis.

1.2.2 Temperamento sangüíneo

Os indivíduos desse tipo têm dificuldade para se ater a uma impressão ou objeto e a se fixar em uma imagem. É volúvel, uma vez que passa de uma impressão ou idéia a outra com facilidade. Por características físicas possuem expressividade, com a predominância de olhos azuis, com um porte normalmente esbelto, mostrando-se como uma figura esguia, com leveza no andar.
O maior perigo é ser levado à alienação mental, diante das oscilações de suas sensações, com intensos altos e baixos, sendo o perito menor reforçar sua inconstância.

1.2.3 Temperamento fleumático

A pessoa de temperamento fleumático sente-se tentada a desejar permanecer comodamente em seu interior, condição para seu bem estar. Daí, tende a não se relacionar com as coisas, parecendo não querer pisar no chão.
Costuma possuir um andar desleixado e arrastado. Possui uma fisionomia imóvel, demonstrando indiferença e seu olhar costuma ser apagado.
O maior perigo que se tem neste tipo é chegar à debilidade mental e à idiotia e o menor está em suportar uma total falta de interesse pelo mundo exterior.

1.2.4 Temperamento melancólico

O melancólico enfrentar dificuldade para dominar seu corpo e sua cabeça comumente pende para a frente. É, como se o corpo lhe pesasse, o que se observa principalmente em seu olhar e andar. Costuma ter olhos voltados para baixo, com um olhar é turvo. Ao caminhar é como se estivesse se arrastando.
O maior perigo neste temperamento é conduzir seu portador à loucura. Já o menor é experimentar uma depressão irreversível.



2. OS TEMPERAMENTOS PARA UM LÍDER CRISTÃO

Como observa Lahaye (2004), independentemente do temperamento inato do individuo, qualquer homem, que esteja pleno do Espírito Santo, é capaz de dominar as fraquezas que costumam ocorrer no temperamento que tem como predominante em sua personalidade.
Assim, da mesma forma que é importante que o líder consiga identificar em sua equipe quais os tipos de temperamento que predominam em cada um de seus membros, ele também enfrenta as restrições relativas aos seus próprios.
Diante disso, é imprescindível que, no comando de seus subordinados, se coloque sempre atento quanto às possibilidades de mudanças que podem ocorrer sobre esses, na medida em que adote e inspire uma conduta que observe os preceitos cristãos.
É imperioso agir com a sabedoria que não deve ser confundida com inteligência.
Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta última diz respeito à habilidade para solucionar problemas de maneira correta utilizando-se a razão e a experiência a primeira está diretamente ligada à inteligência divina, sendo a que vem do alto (Tg 3.17).
Ela coloca o indivíduo sempre disposto tanto a ceder como a negociar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Considerando os tipos de temperamentos com que um líder se defronta em sua vida profissional é importante, não apenas que conheça as principais características de cada um, como também que não tenha como questão fechada a possibilidade de provocar mudanças no comportamento de seus liderados, aceitando que o mesmo pode ser aplicado a si mesmo quando adota uma postura cristã.
            Para tanto é necessário apenas que recorra à chamada sabedoria celestial, a qual se mostra plena de misericórdia, em que há um efetivo interesse pelo bem estar do próximo. Diante disso, tudo se fará para que os reflexos negativos de determinado tipo de temperamento não cheguem a atingir a pessoa, como uma atitude obsessiva, para o colérico, a alienação mental para o sangüíneo, entre outras, buscando ainda evitar os riscos menores.
            A partir daí, todos saem lucrando e como as organizações são constituídas por pessoas, os resultados serão certamente percebidos por essas como bons frutos.


REFERÊNCIAS

KLIBANSKY, Raymond, PANOFSKY, Erwin, SAXL, Fritz. Saturno e la melanconia. Madri: Alianza, 2004.
LAHAYE, Tim. Temperamento controlado pelo Espírito. Trad. Hélcio Veiga Costa. 25. São Paulo: Loyola, 2004.

STEINER, Rudolf. O mistério dos temperamentos. Trad. Andrea Hahn. 2. ed. São Paulo, Antroposófica, 1996.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Paulo Roberto Salvador Lopes de Souza

A GESTÃO CRISTÃ DE PESSOAS: O LÍDER VISIONÁRIO

Resumo

A liderança do tipo visionária muito se assemelha àquela empreendida por Jesus com seus apóstolos. A certeza quanto aos resultados a que pretendia alcançar foi um fator que acabou contagiando àqueles que o seguiram e que se multiplicam nos tempos atuais. Questões como esta se intensificam quando a empresa conta com um líder cristão. Este, além de ter como exemplo nada menos do que o Cristo, está ciente de que também precisa se fazer de exemplo. Sabe que sua conduta, tanto dentro da empresa, como também nos demais ambientes que freqüenta, como o do lar e os demais sociais, deve permanecer uniforme com as propostas que possui na vida e que aplica na empresa visando o sucesso em ambas. Um líder visionário tem uma fé que se baseia em realidades que projeta e, assim, cria os caminhos necessários para que a elas se chegue. Com tal postura serve como modelo para seus liderados, permitindo que se criem nos grupos novos líderes. A pesquisa realizada foi do tipo descritiva e bibliográfica.

Palavras-chave: Gestão cristã. Pessoas. Líder visionário.

introdução
                                                                                         
Afirmar que as pessoas são diferentes umas das outras embora possa significar uma constatação óbvia, ela adquire a maior importância quando se trata de gerenciá-las, não apenas no que diz respeito às atividades profissionais que desempenham, mas também em sua atuação como um ser humano que pode fazer a diferença nos tempos atuais.
Neste contexto está o gestor cristão, o qual deve mostrar, com seu exemplo, como lidar com os membros de sua equipe, de modo a valorizar e daí explorar, o que cada um possui de melhor, buscando manter sempre vivos conceitos morais e éticos, como indicados em qualquer ambiente em que se viva, seja ele profissional, social e também o familiar.
Com base em tal concepção busca-se no presente estudo apurar de que maneira uma liderança do tipo visionária se identifica com uma gestão cristã na condução de sua equipe.
A pesquisa é do tipo descritiva e bibliográfica.


1.        LIDERANDO COMO CRISTO

Desde crianças as pessoas tendem a imitar o comportamento daqueles com quem convivem. Diante disso, tomam tais indivíduos principalmente os adultos, como verdadeiros modelos a seguir.
Este, enfim, é o padrão a que o gestor cristão precisa se conscientizar que possui. Ele serve como exemplo para os que estão sob seu comando. “Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a impecável coroa da glória” (Pedro 5:3,4).
A partir daí tem-se que os subordinados na organização vão desenvolvendo suas habilidades, inclusive vencendo o medo de expor suas habilidades completamente, tal como vivenciaram a experiência de dar seus primeiros passos, pronunciar suas primeiras palavras, entre outras capacidades.

É aos líderes que atualmente atribui-se a capacidade de compreender a complexidade de um ambiente mais amplo em contínua transformação. Deles esperam-se recursos pessoais e sensibilidade para que o potencial de motivação das pessoas não seja bloqueado na busca da própria excelência. Essa competência, quando utilizada com eficácia, dará ao líder a credibilidade indispensável para impor-se, sem necessidade do uso de controle ou da autoridade formal (BERGAMINI, 2002, p. 20).


Diante disso, pode-se observar a presença do conceito de autoridade quando se aborda a liderança. Essa autoridade deve ser entendida como a probabilidade de o sujeito ter uma ordem sua obedecida por outros.
Tal conceito pode ser extraído quando Paulo obteve autoridade para liderar a Igreja Primitiva, quando se tem que: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (Coríntios 11:1).
Dentro de uma empresa, a autoridade está ligada a uma determinada situação, que se presume estar alguém em uma posição de comando. A liderança daí advinda pode recorrer ao uso de sistemas de recompensas e punições, com o fim de influenciar as pessoas para que desempenhem as atividades que lhes compete, o que se traduz em suas obrigações dentro da companhia, sendo imprescindível que esse seja justo. Em tal caso trata-se de uma autoridade formal que se organiza dentro de uma cadeia de comando, a que se denomina como hierarquia, sendo ela que vai definir a importância das posições ocupadas dentro de uma organização. (BOWDITCH; BUONO, 2004).

2.    ADOTANDO UMA LIDERANÇA VISIONÁRIA

Dentre os estilos de liderança apresentados na literatura pode-se dizer que a visionária mais se aproxima de uma gestão cristã. Ela supera a liderança do carisma, no entendimento de Robbins (2000, p. 400), para quem: “[...] a liderança visionária é a habilidade para criar e articular uma visão do futuro, realista, digna de crédito e atraente, que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa”.
Este tipo de líder conta com um senso claro quanto ao futuro, sabendo traçar as ações necessárias para chegar onde deseja, o que faz com que seja considerado, então, como aquele que tem uma visão.
É importante que se observe que uma visão não é um sonho. Trata-se de uma realidade que está por acontecer.
Para o líder cristão não resta qualquer dúvida quanto à existência de Deus e à salvação através de Jesus. Ao contrário, em todas as suas colocações e posturas existe sempre a certeza de tais ocorrências. Para tanto não precisa invocar o nome Santo em momento algum. As mensagens estão em suas atitudes para com os componentes de sua equipe, inclusive para com aqueles que têm opiniões divergentes.
Importante que se considere que a visão não é também uma declaração de metas, onde se transmite o propósito, mas não a direção; ela é uma declaração de missão, pois propicia não apenas os meios, mas também os fins e estes se traduzem em atitudes para com o próximo. É uma realidade a qual, uma vez projetada, assegura a direção a ser adotada, contendo valores que devem ser empreendidos para alcançar o resultado desejado.
Uma visão, portanto, é um alvo e seu papel torna-se central para o sucesso da liderança à medida que captura a imaginação daqueles que entram em contato com ela, como afirmam Cavalcanti et al (2006). Concluem os autores, que quando a organização consegue selecionar e articular a visão certa, já estará a caminho da realização de seus objetivos, pois existem algumas forças poderosas que desencadeiam esse processo.
E é contando com o dinamismo que há no comportamento do líder visionário - que também se caracteriza como pró-ativo no exercício da função – que a empresa se coloca em condições melhores para enxergar oportunidades onde ninguém as vê, e, a partir daí, obter mais que o resultado previsto, podendo, por esta forma, estabelecer seu diferencial no mercado.
Além disso, o líder visionário pode provocar as alterações que julgue necessárias, em tempo hábil, de modo a transformar a realidade encontrada, criando e inovando com freqüência, na medida em que vai colocando em prática suas idéias.
Robbins (2000) afirma a necessidade de a liderança visionária contar com apoio de planos detalhados. Isto significa dizer que uma organização excepcional deve dispor de uma visão, além de um elevado nível de atenção às operações do dia-a-dia, o que, em síntese, é a recomendação de visão e boa administração caminharem lado a lado.
Um líder visionário é um indivíduo que consegue contagiar os demais com sua visão, transformando-a em um desafio pessoal, o qual passa a se tornar também o de sua equipe. Está ciente de que quanto mais cativante for sua visão, mais poderosa ela será.
Ele se mostra repleto de sonho e de fé; acredita completamente no resultado favorável para o qual suas idéias contribuíram. Enxerga à frente dos demais profissionais, o que lhe possibilita modificar um quadro de dificuldades, obstáculos e ameaças em efetivas oportunidades.
Segundo Albrecht (apud BOWDITCH; BUONO, 2004), a visão “é uma imagem compartilhada do que queremos que a empresa seja ou se torne [...] ela [...] nos dá um ponto que objetiva uma futura orientação”.
Diante disso, uma vez que é sabedor de que, apenas através da soma do esforço de seus liderados pode alcançar um bom resultado, ele deixar clara para todos a visão que possui, fazendo o mesmo com sua proposta de trabalho, agindo sempre de maneira bastante otimista.
Consegue facilmente envolver a todos que estão a seu redor, estabelecendo um forte espírito de equipe, aonde todos, ou então a maioria, vai aprendendo a admirá-lo por sua sabedoria, tal como ocorreu com Cristo
Com tal capacidade revela-se seu poder de converter tanto os clientes internos como os externos, transformando-os em seus seguidores e divulgadores de suas ações; faz com que todos os envolvidos abracem e a defendam determinada causa.
Uma visão positiva do futuro produz uma energia no mesmo nível, abrindo caminho para a vitória. Isto não se aplica apenas aos indivíduos, mas também às empresas já que elas são compostas por pessoas. Estas acabam se sentindo estimuladas a crescer de acordo com a visão que seus líderes lhes transmitem.
Um aspecto que não se pode esquecer é que todas as grandes conquistas da humanidade tiveram início a partir de uma visão.
Explica Nanus (2000, p. 8) que uma visão constitui um futuro realista mas que seja ele digno de crédito, além de atraente para a empresa. “A visão sempre lida com o futuro, é onde começa o amanhã, pois ela expressa o que o líder e as outras pessoas que compartilham a visão estarão se esforçando para criar”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado os líderes visionários são responsáveis por moldar idéias ao invés de se oporem a elas. Diante disso, não ficam insistindo para que suas idéias seja acolhidas e implementadas, já que não necessitam de tal medida.
Sua capacidade de convencer pessoas a seguir as metas que traçam decorre do fato de que eles criam imagens e suscitam expectativas, definindo desejos específicos e objetivos a serem alcançados.
Líderes visionários costumar se esforçar para aprimorar escolhas e novas abordagens para antigos problemas, provocando o abandono de idéias obsoletas.
O entusiasmo com que se colocam costuma contagiar os que estão a seu redor, que ficam, por esta forma, com muita vontade de fazer acontecer.
São, enfim, profissionais que se mostram altamente comprometidos, dotados de uma visão intensa estratégica. Tais características, sem dúvida, representam uma vantagem competitiva, contribuindo para que tantos os colaboradores como toda a organização consiga fazer a diferença no meio corporativo por um período mais longo de tempo.

REFERÊNCIAS

BERGAMINI, Cecília Whitaker. O líder eficaz. São Paulo: Atlas, 2002.

BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 2004.

BOYETT, Joseph H; BOYETT, Jimmie. O guia dos gurus: os melhores conceitos e práticas de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CAVALCANTI, Vera L. et al. Liderança e motivação. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

NANUS, Burt. Liderança visionária. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

ROBBINS, Stephen. P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Paulo Roberto Salvador Lopes de Souza

A TELEVISÃO NO COMPORTAMENTO DO homem cristão

Resumo

O propósito do presente estudo foi apurar a influência que a televisão pode ter no comportamento do homem cristão de hoje. Este vem experimentando mudanças das mais diversas, que acabam lhe proporcionam uma sensação de insegurança, tudo em razão da adoção de novas tecnologias, que nem sempre domina com facilidade, a crescente urbanização, a ruptura de tabus e preconceitos entre outros tantos fatores. O conjunto de tais fatores força-o a reformular seu comportamento diante do mundo, do outro, de si mesmo e até de Deus. Como fuga para enfrentar todas essas dificuldades a tendência da maioria é buscar formas de alienação o que faz surgir o que Rojas denomina como homem light; este novo ser, ainda que demonstre possuir interesse por tudo o que está a seu redor, não se compromete com absolutamente nada. Para ele tudo é visto como passageiro, até mesmo suas relações pessoais. É um indivíduo que não possui grandes metas ou ideais. Dentro deste contexto surge a televisão como opção de lazer, ou passa tempo, a qual, apesar de aparentemente inofensiva, possui uma capacidade ímpar de influenciar padrões de comportamento. Some-se a isso também que atualmente existe também muita programação televisiva por parte de diversas religiões e doutrinas cristãs, cada uma com seu perfil e público-alvo próprios. A pesquisa foi do tipo bibliográfica, utilizando-se o método da dedução.

Palavras-chave: Comportamento. Homem cristão. Influência da TV.

introdução

No mundo ocidental o ser humano vem sendo cada vez mais cobrado a adotar uma postura proativa em todos os aspectos de sua vida, sempre que se dispõe a obter sucesso. Nestes estão incluídos os de ordem cultural, pessoal, religioso, ambiental, profissional, familiar, entre outros tantos, não sendo facilmente aceita qualquer maneira que denote algum tipo de acomodação.
Para tanto os meios de comunicação, com destaque para a televisão (TV), vêm contribuindo para que se criem paradigmas comportamentais, os quais, muitas vezes, estão completamente distanciados de valores éticos, morais e cristãos. Exemplo disto pode ser extraído das telenovelas e filmes, nos quais, não raro, o executivo de sucesso é retratado através de um indivíduo despido de caráter e princípios éticos e que acredita que tudo é válido para alcançar os fins que pretende atingir.
Certamente que não se recomenda a pessoa alguma que adote uma conduta retrógrada, em que se tenha a presença de preconceitos e visão restrita a respeito do que ocorre no mundo atual.
O que não se pode esquecer, entretanto, é que qualidades como ponderação e moderação sempre se mostrarão benvindas em qualquer sociedade que se considere.
O interesse pelo presente assunto decorre da preocupação do autor exatamente com a falta de limites nas condutas humanas, que muitas vezes são ressaltadas nos meios de comunicação de massa.
O estudo está delimitado à analise da situação na TV brasileira.
A pergunta ao problema cuja resposta se busca através do presente estudo é apurar até que ponto o homem cristão pode ser efetivamente influenciado pelos comportamentos antiéticos divulgados pela mídia como o recomendado para alcançar o sucesso?
O objetivo final que se tem é no sentido de descrever as atitudes que o cristão convicto pode adotar para evitar sofrer má influência em sua postura a partir dos conteúdos e mensagens divulgados pela TV?
A metodologia é a de uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em livros e uma Tese de Doutorado, recorrendo-se ao método dedutivo na análise dos dados coletados.

1. O HOMEM OCIDENTAL NOS TEMPOS ATUAIS

Considerando que o Brasil encontra-se entre os países ocidentais, no que o presente estudo se acha delimitado, analisa-se no presente tópico a situação em que se encontra o homem, diante de todas as facilidades com que se depara em seu dia-a-dia.
David Harvey (1992), em sua obra Condição Pós-moderna, publicada em 1989 na França, chama a atenção, com extrema propriedade, para as mudanças profundas nas práticas culturais, que vêm se verificando desde a década de 1970.
Este momento, denominado então como pós-modernidade, é visto por Leonardo Boff como participante de:

[...] todos os pós-ismos (pós-histoire, pós-industrialismo, pós-estruturalismo, pós-socialismo, pós-marxismo, pós-cristianismo, etc.) com aquilo que eles têm em comum: a vontade de distanciamento de certo tipo de passado ou a recusa a certo tipo de vida e de consciência, a percepção de descontinuidade sentida e sofrida no curso comum da história, e a sensação de insegurança generalizada (BOFF, 2000, p. 18).

Dentro de tal concepção são consideradas evoluções nos meios de comunicação, nos transportes, na informática, na eletrônica, telemática, levando-se, igualmente, em conta principalmente as mudanças sociais decorrentes do desenvolvimento econômico e a urbanização crescente.
Trata-se também de um período marcado pela ruptura de tabus e preconceitos, com a explosão religiosa, adotando-se um novo comportamento diante do mundo, bem como do outro, de si mesmo e de Deus.
Daí emerge o chamado homem light, tão bem descrito por Rojas (2004). Este tem por principais características a capacidade de aproveitar bem o momento que está vivendo e consumir, demonstrando interesse por tudo, só que a nível superficial e, ao mesmo tempo, não se compromete com absolutamente nada. Sua convicções são destituídas de firmeza, demonstrando certa apatia em seus compromissos.  Apega-se ao que está na moda, sendo sua ética baseada na estatística e não em sua consciência. Quanto a sua moral ela e repleta de neutralidade e subjetividade, sendo relegada à intimidade, sem vir a público.
Cuida-se de uma pessoa para quem tudo é visto como transitório, conceito que transfere, inclusive, para sua vida conjugal.  Para este indivíduo não há desafios, metas grandiosas ou mesmo ideais. Ele simplesmente vive seu dia porque acordou e se deita à noite por estar com sono.
Dentre as principais características negativas podem ser apontadas o consumismo, o hedonismo, a permissividade, o relativismo, o qual considera que, se há consenso, então a questão é válida; o que importa para este indivíduo é a opinião da maioria. A conseqüência de tal conjunto de qualidades é vista pelo mencionado autor, contudo, como propiciadoras a uma vulnerabilidade acentuada, por enxergar, em tal homem, um ser vazio, despido de idéias, além de evasivo e contraditório.
Poderia, assim, ser comparado, de forma alegórica, com uma esponja nova, pronta para absorver todo tipo de conteúdo, que possa preencher as lacunas relativas à eterna curiosidade humana, que busca motivações principalmente para o viver. Neste processo o indivíduo fica propenso não somente a absorver o melhor do que percebe a sua volta, como também o pior.
Dentro desta linha, este ser como um cidadão comum, ao final de seu horário de trabalho retorna à casa e acaba seu dia, então, diante de uma tela de TV. Diante de seu interesse pelos acontecimentos, presta atenção a tudo o que lhe é transmitido, mas não chega a realizar críticas, levando em conta padrões íntimos

2.  ATELEVISÃO COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

Desde seu surgimento a televisão tornou-se um marco na comunicação de massa em todas as partes do mundo, através da qual as sociedades começaram a se reconfigurar pela assimilação de novos valores e ideais transmitidos por tal meio.
Em tal contexto, tem-se que os meios de comunicação assumiram um papel extraordinário, transformando-se na mais intensa a filosofia em prol do prazer individual, isolado e que, não apenas dispensa a interação com seus pares de forma direta, mas chega, inclusive, a servir de barreira para que isto ocorra.
A doutora em Sociologia Maria da Graça Jacintho Setton (2002) esclarece que “[...] sabe-se que a cultura de massa ao circular informação e entretenimento transmite também valores e padrões de conduta diversificados”. Acrescenta, ainda, que: “É possível pensar os sujeitos sociais podendo orientar suas práticas e ações [...] a partir de outros parâmetros que não sejam mais exclusivamente locais, presentes na escola e na família”. Quando a autora arremata seu pensamento afirmando, enfim, que:

Assim, as trajetórias individuais e coletivas não seriam mais definidas, traçadas e vividas apenas a partir de experiências próximas no tempo e no espaço. Ao contrário, os sujeitos teriam contatos, seriam atingidos por modelos e referências produzidos em contextos fisicamente distantes e dispersos.


Na busca pelo lazer a TV fica como a opção de menor custo, estando disponível a qualquer momento, o que a transforma em forte instrumento de fornecimento de padrões a serem seguidos pela sociedade.
Tem-se, aí, o que se chama de hedonismo, o qual, na crítica de Michel Quoist (1977) deve ser combatido, tendo em vista que se deve considerar que o verdadeiro prazer provém do espírito, a partir do qual se pode apreciar o sabor da vida, permitindo que os seres sejam transportados para a eternidade; o prazer da carne, por outro lado provocaria saturação, com sabor de morte.
Radicalismos à parte, como observado no início, a ponderação ainda é um caminho que não oferece qualquer contra-indicação, o que a torna, por isto mesmo, como de recomendação irrestrita.
Se, por um lado, há o lado perverso das transmissões livres da TV brasileira, de outro estão os diversos programas que divulgam o cristianismo.

3. A TV COMO DIVULGADORA DA IDEOLOGIA CRISTÃ

Para o cristão que aprecia assistir à TV indaga-se se a programação veiculada em tal meio de comunicação poderia agregar valor às convicções que possui.
Desde que o Brasil se decidiu pela liberdade de fé e culto, dissociando sua imagem da igreja católica, houve uma grande expansão das demais igrejas cristãs.
Durante a maior parte do século XX o Brasil foi considerado como o maior país católico do mundo, sendo que a hegemonia do catolicismo era incontestável, quadro que começou a se modificar a partir dos anos 1990.
No momento observa-se que a programação televisiva encontra-se repleta de programas religiosos. O fenômeno se verifica não apenas em razão da compra de espaços em canais abertos, mas também a partir da aquisição de concessões de canais próprios de TV.
Santos (2004) descreve que os meios de comunicação de massa foram efetivamente considerados como importantes, mesmo como veículos evangelizadores no País a partir dos anos 1960.
Todavia, a autora citada demonstra sua preocupação com a falta de controle com relação ao conteúdo das programações religiosas evangélicas, uma vez que estas, segundo seu ponto de vista, incitam preconceitos contra outros tipos de manifestações e condutas religiosas individuais.
Um aspecto curioso que merece ser registrado é que evangélicos, de todo tipo, passaram a se qualificar, antes de informação quanto à igreja a que se integraram, como “os cristãos”, como se católicos, espíritas e outros segmentos religiosos não contassem com igual fundamento para a ideologia a que seguem, que é, enfim, o ensinamento de Jesus Cristo.
Tecendo uma crítica quanto às correntes evangélicas explica Romeiro (2005, p. 12) que tais igrejas têm sua longevidade em razão do valor que dão ao capitalismo, que privilegiam a condição de que: “Dinheiro é bênção e não maldição. Além de justificar o capital, o neo-pentecostalismo justifica o individualismo – a bênção é para o que tem fé, ela é inalienável e intransferível”. Some-se a isto o investimento que realizam na mídia, o que leva ao sucesso em colocar a igreja inserida tanto no mercado como na política de mercado das igrejas.
Reforçando esse pensamento, Santos (2004) entende que a responsabilidade dos fiéis, quanto aos desígnios de sua igreja, está diretamente ligada às características da teologia da prosperidade. Esta diz respeito, principalmente, à aliança entre fé e sacrifício em nome de Deus.
Para a autora é preciso que se separe o que vem a ser fé, a qual pode ser traduzida através da fidelidade aos princípios religiosos, com o que se considera como sacrifício, que está relacionado ao pagamento do dízimo.
Diante disso, deveria ser levado em conta prioritariamente que: “[...] mais do que o tradicional preceito do “é dando que se recebe”, na Teologia da Prosperidade acredita-se que “[...] é querendo que se consegue” (Santos, 2004, p. 152).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, pode-se concluir, então, que o verdadeiro homem cristão, é perfeitamente capaz de equilibrar seus momentos de lazer com a fé e sua religiosidade. Colocando-se em um estado de vigília constante rejeita valores dissociados dos preceitos cristãos mesmo em seus momentos de fragilidade pessoal.
Não deve este se privar de se manter atualizado com o que acontece ao seu redor, até mesmo para que possa melhor compreender determinadas atitudes daqueles com que convive, seja no lar, no trabalho, na comunidade em que vive, entre outros.
Alienar-se não o torna um divulgador dos preceitos éticos e morais com melhor preparo; ao contrário limita sua visão do mundo em que vive e, a partir daí, ele acaba sendo alijado dos grupos, cujo resultado prejudica a si e a todos os que com ele convivem.

REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo. A voz do arco-íris. Brasília: Letraviva, 2000.

HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.

LIBANIO, João Batista. Jovens em tempo de pós-modernidade: considerações socioculturais e pastorais. São Paulo: Loyola, 2004.

QUOIST. Michel. Construir o homem e o mundo. Trad. Rose Marie Murano, 27.  ed. São Paulo: Duas Cidades, 1977.

ROJAS, Enrique. El hombre light: uma vida sin valores. Madrid: Temas de Hoy, 2004.

ROMEIRO, Paulo. Decepcionados com a graça: esperanças e frustrações no Brasil neopentecostal. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.

SANTOS, Susy. Uma convergência divergente: a centralidade da TV aberta no setor audiovisual brasileiro. 2004. 270 p. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas). Faculdade de Comunicação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2004.

SATTLER, D.; SCHNEIDER, T. Doutrina da criação. In: SCHNEIDER, T. (Org.). Manual de dogmática. V. I. Petrópolis: Vozes, 2000, p. 204.

SETTON, Maria da Graça J.  Família, escola e mídia: um campo com novas configurações. Educ. Pesqui. V. 28, n. 1. São Paulo, Jan./Jun.-2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022002000100008&script=sci_arttext&tlng=es >. Acesso em: 13 maio 2010.